terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Araraquara.

Eu tinha uns 8 anos quando fomos visitar amigos dos meus velhos em Araraquara (cidade Natal do grande Gabriel Zellmeister). Tinha chovido à cântaros, mas daquelas chuvas de verão que deixam a cidade e as pessoas de alma lavada.

Ao descermos do carro eu me distraí com alguma coisa e fiquei um pouco para trás. Aí vejo meu pai com uma cara estranha, debaixo de uma árvore magricela. Ele me chama, espantado:

- Como é que seu nome veio parar aqui nessa árvore?

Como assim? Meu nome? Eu tinha 8 anos, escrever o meu nome era uma conquista recente.

- Aqui no tronco da árvore! E escrito com canivete? Você tem canivete?

Corri até ele, num misto de curiosidade e medo - eu tinha um canivete, mas não era para ele saber. Acreditar que tinha alguém escrevendo meu nome em árvores mundo afora pareceu bem mais interessante que enxergar o absurdo daquilo tudo.

Então, quando cheguei perto o bastante, ele sacudiu furiosamente a árvore e saiu correndo. Fiquei encharcado da água que havia nas folhas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Preciso muito conhecer o seu pai. Deve ser um sujeito interessante.