quinta-feira, 20 de março de 2008

Traumas.




O Atari era vendido como diversão para a família. Na minha família, não. Meu pai tinha inveja do fato de eu jogar melhor que ele, ficava bravo de perder para mim. Uma vez arrancou um cartucho sem desligar o aparelho, jogou-o na parede. Lembro que a tela ficou cheia de riscos verticais de várias matizes de roxo, verde, cinza, e um zumbido estranho.

Já minha mãe só jogava Pacman. Até que se divertia, embora jogasse muito mal. Ela me convenceu a jogar fugindo dos fantasmas, pois comê-los despertaria neles uma invencível sede de vingança.

Até hoje fujo dos meus fantasmas.