quarta-feira, 30 de julho de 2008

Olimpíada na China.


E
stou cagando para essa Olimpíada que vem aí.

Um pouco pelo horário das transmissões - apesar que os jogos de Sydney eu acompanhei com interesse mesmo morrendo de sono. Outro pouco porque acabamos de passar pelo Pan, e o Pan encheu o meu saco com tanta cobertura. Acho que foi o primeiro evento esportivo com 200% de presença na internet e eu acabei vendo mais do que precisava. Como aquele discurso do presidente da Odepa: ele falando "Hoy!" e o Maraca respondendo "Oooooiiiiiii...". Duas vezes.

Mas no fim das contas, por que China? Por que Pequim? Eu odeio a China. É o país mais errado do mundo e no entanto é um dos mais respeitados. Mesmo com uma história cheia de atrocidades impublicáveis, inclusive recentes como no Timor e no Nepal.

Aplicaram lá a mesma maquiagem que no Rio durante o Pan. O ar normalmente irrespirável por tanta poluição vai estar aceitável graças a um shutdown durante os jogos. Os lagos onde se disputam a canoagem, a vela e outros esportes estão sendo mantido limpos na base da química - assim que sair a última medalha, voltam os coliformes.

A língua deles é irritante. Li que para cada palavra em chinês existem 4 entonações possíveis. E que cada entonação dá um significado para a palavra, por exemplo: você fala yuÃn! com ênfase no A e significa amor. Mas se disser yÚan!, com ênfase no U, está pedindo uma colonoscopia.

A comida deles é nojenta, os caras põem pra dentro escorpiões, gafanhotos e cachorros.

A China é o único habitat dos pandas, que são bichinhos absolutamente idiotas e broxas - onde já se viu um urso que só come bambu? Puta veadagem.

É o país das falsificações e das versões grosseiras. Por sinal os Macintoshs, depois que passaram a ser fabricados na China, viraram bosta.

E a China ainda inventou o Dr. Liaw. Ele é o cara que me espeta um monte de agulhas desde que eu arrebentei o ombro fazendo o que não devia. Dói, mas o desgraçado gosta. E ainda te espeta na hora de pagar.

Então, além de odiar a China, eu também odeio o China.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Só para cumprir tabela*.

Fui assistir no campo a um jogo de futebol válido pelo Brasileirão. Sentei na arquibancada central, bem atrás das placas de publicidade - ou seja, na seção que as câmeras da TV mostram.

Sempre me intrigou a qualidade dessas placas. Para mim a importância do jogo se mede por elas. Se tiver Itaú, Skol, Brahma, TIM, é porque o jogo é bom. Agora se aparece Fatal Surf, eu já sei de antemão que o jogo vai ser ruim.

Mas como disse, fui ao estádio e ainda por cima fiquei atrás das placas - não podia prever como seria o jogo. E ao prestar atenção no que podia ver, que era o lado de trás da publicidade, fiquei chocado. As placas são feitas de lona, amarradas em molduras de madeira que só param em pé graças a sacos de areia. Artigos realmente simplórios, feitos da maneira mais rastaqüera possível.

É uma metáfora excelente para a situação do nosso campeonato. Por trás das câmeras é tudo feito às pressas, para descarte, com o mínimo de custo possível. O Brasileirão é longo e tem times demais para ser interessante - a queda galopante de público prova isso.
Antes de 1971, quando aconteceu o primeiro nacional (Atlético MG campeão?????) só os Estaduais e o Rio X São Paulo chamavam a atenção da torcida brasileira. Pela simples razão de serem pouquíssimos times disputando o título. Eram 6 clubes em São Paulo e Rio, 2 ou 3 clubes na maioria das outras capitais. Agora o que vemos são alguns poucos jogos que prestam entre os times grandes e um montão de jogos que não servem para nada, dão um sono desgraçado, e existem só para cumprir tabela.

O interesse é criar um formato que renda dinheiro para a TV, mesmo que nos bastidores esse formato acabe com a magia do nosso maior patrimônio. Como aconteceu comigo ao descobrir que as placas de publicidade são lonas plásticas presas com sacos de areia.







* Os mais atentos entre os milhares de leitores hão de notar: esse texto sem graça não tem profundidade nem relevância. Mas eu prometi anteriormente escrever ao menos uma vez por semana. Por isso o post tem esse título.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

O melhor amigo do homem.

A mulher do meu irmão pediu um cachorro de presente. Ele comprou um balão de gás em forma de cachorro, ela ficou zangada, ele ficou puto com a zanga dela e deu o balão para uma menininha, que amou. Aí me perguntaram se eu tinha cachorro, respondi que não.

Eu tenho este blog.

Dá trabalho como cachorro, precisa de tempo e atenção como cachorro. E morre por negligência do proprietário, como cachorro. Outro dia vi um blog dedicado a blogs que só tiveram um post, chamava One Post Wonders (se não era esse o nome, deveria ter sido, não?). Também estive acessando os blogs de conhecidos que passam eventualmente por aqui: muitos estão com as costelas aparecendo, com sarna, bernes formidáveis. Abandonados.

Por isso eu decidi voltar a escrever, e com freqüência. Pelo menos uma vez por semana. Não que alguém além de você vá ler, mas há que se ter responsabilidade. Abane o rabinho, Búfalo Filhote.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O espinho.

Não consigo escrever nada, não consigo concatenar mais do que 5 linhas desde que o espinho apareceu na minha pata. Tento me concentrar, mas a minha cabeça caminha em 12 direções diferentes. E eu me sinto escrevendo uma redação de vestibular, confundindo temas. Relacione a fome na África, a Tomatina na Espanha e o Bolo do Bixiga, sei lá, por aí vai. Penso no espinho, que saiu mas às vezes parece que continua lá, como um pressentimento. Não dói quase nada, eu já caminho normalmente e quem me vê não imagina que eu possa ter sofrido e continue sofrendo por causa de um negocinho de um centímetro que mal se via.
É que eu não consigo entender como o espinho surgiu, para começo de conversa. Eu não senti nada. Não andei em locais espinhosos. Nunca fumei (búfalos que fumam têm maior incidência de espinhos nas patas). E ninguém pode me garantir que eu não vá pisar novamente em outro espinho e que esse se aloje na minha pata e tudo comece outra vez. Escrever com isso na cabeça é torturante, porque é o único assunto no qual eu consigo colocar foco. Bom, vou continuar tentando, apesar dos 34 rascunhos já salvos que não deram em nada. É como eu espero que termine o espinho, dando em nada.