terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Eu confesso.

Encontrei um site fabuloso na internet, onde as pessoas escrevem uma confissão anônima.

"Enfiei uma garrafa de coca no rabo, fui parar no hospital, e disse que foi uma aposta que perdi".

Ou: "Coloquei leite condensado no meu membro e ofereci para o gato da minha avó lamber".

E ainda: "Para não gozar rápido eu foquei toda a atenção numa espinha que tinha na bunda da moça, só que aí broxei".

Essas eu inventei, e embora horrorosas, ficam pálidas perto da minha confissão real: estou no twitter há meses, e por isso parei de escrever. Fica pior. Agora vou colocar links lá, chamando para os textos daqui.

Pelo menos eu não estou confessando que virei planner.

Poste cai e eletrocuta 30 búfalos.

Abro a Globo.com em busca da verdade que nos escapa, e recebo em troca uma bofetada.

Foi no Rio Grande do Sul, aquele país que separa o Brasil e a Argentina. O poste caiu no pasto, fios ficaram expostos, e os búfalos morreram.

A reportagem diz que o fazendeiro será indenizado, mas e as famílias dos búfalos? E a humanidade, que pode ter perdido ali um possível jogador de Seleção, um novo Guga Kuerten ou Ayrton Senna, talvez o futuro primeiro ganhador brasileiro do Nobel de Literatura.

Nada, nenhuma menção. Só a chocante foto de aproximadamente 30 búfalos calcinados por eletricidade. Nem se deram ao trabalho de contar com exatidão, se foram 28 ou 31 vítimas.

Me fez refletir sobre a efemeridade da internet, na sua contradição entre poder de alcance X irrelevância, que faz com que notícias irrelevantes para a maioria chegue à essa maioria. E mais, me fez pensar que daqui a poucos minutos a notícia, e os búfalos terão sido abandonados e esquecidos. Como eu fiz com o meu pobre blog por tantos meses. Quem sabe um dos mortos seria o fiel destinatário do meu legado, e tocaria adiante este malfadado projeto?

Sou um búfalo supersticioso. Em memória dos que já não estão aqui para contar, sigo.

Rip, búfalos.