segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Envelhecer.

É trocar o viço pelo vício.

Gays gordinhos.

Fui a um evento de música gigantesco ontem. Havia muitos casais gays. Cheguei a uma conclusão sobre eles: se você for virar gay, arranje um namorado gordinho. Porque estando acima do peso ele vai ter tetinhas e aí já são 2/3 do que você poderia ter com uma mulher.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O ladrão.

Eu estou chegando no prédio à pé, depois de descer do ônibus. Caminho rápido, porque são 4 da manhã e eu reparei num cara suspeito que está lá do outro lado da avenida. Não é que o cara começa a atravessar, meio correndo, na minha direção? Pânico, mas eu disfarço. Vai ver ladrão é igual cachorro (e barata): percebe quando você está com medo. E ele vem mesmo, me olhando fixamente, pula a cerquinha que está ali justo para impedir que os pedestres atravessem. Eu já desisto, vou encostando no muro e me preparo para o pior. Mais de perto eu vejo que o cara é grande, parece meio esmolambado, talvez um morador de rua. E não tem um dos braços. Hein? Pois é, só tem um braço. Penso que, bom, sem braço... "QUE QUE É, PORRA?". Ele levanta a mão, a única mão suplicante: "Calma, amigo, eu não vou te fazer nada... tô desesperado... tô desesperado..."

Coceira nas costas. Mas já pensou que merda se ele pedisse uma punhetinha?

Ronaldo Fenômeno: ainda vai dar merda.


Tudo começa com o cara ainda magro jogando pelo Cruzeiro. Ele está escondido atrás da trave, sem que o goleiro Rodolfo Rodriguez perceba. O goleiro solta a bola, o moleque zune lá de trás, rouba e faz o gol. Corta, Ronaldo em 1994 no banco, esperança da nação, campeão sem entrar em campo. Corta, Ronaldo dando o piripaque em 1998, estressado porque o Pedro Bial estava comendo a mulher dele na época, Suzana Werner. Corta, 1999, o cara almoçando a algumas mesas de nós, com a Milene Domingues e a mãe dela a tiracolo. Almoçando mas quase comendo a moça diante da sogra, só para mostrar que ele é bom. Corta, joelho estourando ao vivo na TV num jogo da Inter. Corta, ele tirando foto trincado numa balada, com o sorriso do gato de Alice, abraçado a um dos maiores traficantes de exctasy do país enquanto deveria estar se recuperando. Corta, ele marcando o segundo gol contra a Alemanha na final de 2002.

Corta para a bunda dele quase estourando o short no jogo contra o Japão em 2006. Corta para ele trombando com um zagueiro do Brasil dentro da área. Corta para ele saindo de um treino com uma garrafa de Coca normal, daquelas de 600 ml, quase vazia, e ainda ficando bravo com quem falou para ele mudar pra Coca Light. Corta para ele sendo chapelado pelo Zidane no dia da eliminação. Corta para essa foto que eu vi dele hoje, adiando pela segunda vez sua reestréia no campeonato italiano porque acha melhor "ir com calma". Olha o tamanho da pança, olha a curvatura da camiseta.

Todo esse desabafo não se deve a raiva pela indiferença que o cara tem para com o próprio legado, nem a sua megalomania que pode ser medida em quilos, como a do Maradona. Até porque o Maradona, cá para nós, sempre foi um babaca. O Ronaldo é carismático, é... brother. A gordura do Ronaldo tem mais a ver com a do Elvis, acho eu. Mas aí corta para ele voltando a jogar pela Seleção. Corta para ele indo para a Copa da África. Corta para ele, num treino, escondido atrás da trave esperando o goleiro Júlio Cesar soltar a bola, ele corre, toca antes dela bater no chão e faz o gol. Na saída do treino a imprensa elogia, o clima é ótimo, os jogadores estão leves e confiantes, o Fenômeno está em paz. Só que corta para ele reencontrando a Suzana Werner, no lobby, agora ela é mulher do goleiro Júlio Cesar. A dor de corno volta com toda a força, ele quase derruba a porta do quarto do hotel de tanta raiva. Ele toma todas as Cocas normais do frigobar e tem uma convulsão. Termina com o Brasil perdendo a Copa de novo por causa do Fenômeno.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

E a Pitty?


Pane no sistema alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente,
eu sei o que vão fazer:

Reinstalar o sistema.
(Pitty, Admirável Chip Novo).

Eu assisti a uma entrevista da moçoila ontem, e esse post era para criticar
o mais fundamental mandamento do rock que ela desrespeita:
vocalista tem que ser gostosa.

Senão vejamos: Debbie Harry (Blondie), Gracie Slick (Jefferson Airplane)
e até a Suzie Quatro que era giletaça.

Mas aí eu li uma das letras da Pitty e achei melhor deixar para lá.
Apesar que conseguir cantar essa redação de colégio que ela
escreveu tem lá algum mérito.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Operações da PF com nomes inteligentes.


Volta e meia a imprensa dá destaque para uma das operações especiais da PF. Dá-lhe barrigudo de coletinho preto, packshots de tijolos de maconha com balas arranjadas caprichosamente para formar uma sigla. E, especialmente embaraçoso, há os nomes das operações. "Operação Tâmara", que prendeu traficantes libaneses no Mato Grosso. "Operação Soro", que prendeu falsificadores de leite em pó. Eu li que mesmo os nomes aparentemente incompreensíveis têm um significado oculto que explica tudo para os envolvidos. Como a Operação Isaías, contra a exploração ilegal de madeira. Por quê Isaías? Porque tem uma passagem na bíblia, em Isaías 25:17 que diz: "Restarão tão poucas árvores em sua floresta, que um menino poderá contá-las". Genial. Mesmo com bandidos criativos se esforçando para inventar esses crimes out of the box, os homens da lei precisam parar tudo e arrumar tempo para pensar no nome da operação. Os caras devem revirar os livrinhos de Passatempos Coquetel para encontrar palavras com significados obtusos. Para mim o melhor de todos foi o mais óbvio: Operação Vampiro, que prendeu fraudadores em licitações de derivados de sangue. E esse eu desconfio que tenha saído mais por falta de opção do que por amor à objetividade. Imagino um brainstorming:

Delegados da PF reunidos numa saleta, mesa descascada, cadeiras furadas, fedor de cigarro misturado a café velho.
- Que tal Van Helsing? Teve um filme com o cara do Wolverine, cês viram?
- Muito bicha.
- Achei uma boshta, diz um Delegado que é do Rio.
- Pô, estamos só dando idéias, vamos ser construtivos...
- Nããão a idéia dele, o filme que é uma boshta, explica o Delegado do Rio.
- Ah...
- E se for Lestat? Daquele outro que tinha o Tom Cruise e o Brad Pitt?
- Ó lá, mais uma idéia bicha. Você, hein? Tá louco...

Silêncio constrangido, que só é rompido pelo Delegado Sênior:
- E se for Nosferatu?
- Legal...
- Pô, bacana...
- Gostei...

O Delegado Sênior agarra o telefone:
- Peraí, vou ligar pro Superintendente. (Som de telefone sendo discado) Alô, chefe? Pensamos em vários, e fechamos num que a gente curte bastante: Nosferatu!!!! O que você acha?

Pausa. Então o Delegado Sênior fica pálido e, mudo, coloca o telefone no gancho. Os outros estão alvoroçados:

- E aí? O que ele falou?
- Ele curtiu?
- Conta!!!
- O que ele falou, porra???

O Delegado Sênior acende um cigarro, solta fumaça e diz:
- Ele disse "Nosferatú: bola na rede, pau no teu cu". E desligou na minha cara, filho da puta.