quarta-feira, 25 de março de 2009

Inveja do Leo.

Cada vez que eu leio no jornal sobre o Brasil, sinto inveja do meu amigo Leo.

Ele é superior na função que realiza na empresa, um trator mesmo. Trabalha 12 horas por dia e nunca fica cansado. Trabalhamos juntos no passado, estamos trabalhando juntos novamente 5 anos depois, e vejo que ele está igualzinho: absolutamente alienado ao que acontece em Brasília.

O Leo trabalha duro como eu, talvez até mais. Ele ouve falar dos escândalos políticos, mas não se deixa abalar. Sequer muda de humor, enquanto eu acabo de ler a notícia sobre como o Senado, em 10 anos, criou 4000 empregos de assessoria para 81 senadores. Que, aliás, só trabalham de terça a quinta, segundas e sextas são para viagens aos estados natais (5 passagens mensais pagas por nós).

Assim como muitos amigos meus, o Leo não votou nas últimas eleições. Como eles, Leo está cagando para a política, para a corrupção, para os desvios. Ele acredita em defender o dele, contra tudo e contra todos, porque sabe que no Brasil políticos são eleitos não para representar eleitores, mas sim porque o voto é obrigatório.

Em suma, o Leo é como eu e os meus amigos, senão por um detalhe: ele é colombiano. Não poderia participar das eleições, nem da política, nem que quisesse. Quando eu comparo suas atitudes com as minhas e as dos meus conhecidos, percebo que nós brasileiros também tratamos o país como se não fosse nosso.

Nenhum comentário: