quinta-feira, 20 de agosto de 2009

No fio do bigode.

Apesar dos protestos, apesar da indignação, apesar da cobertura extensiva feita pela imprensa, Sarney saiu-se bem da confa. Assim como todos os outros Senadores com suas passagens aéreas, seus celulares de milhares de reais mensais e seus funcionários fantasmas.

Aí leio: Mercadante vai esperar conversa com Lula para confirmar renúncia.

Me deu uma brisa de contentamento. Então quer dizer que o cara em quem eu votei ficou tão indignado que não quer mais fazer parte daquela sujeirada toda? Uau! Na atual conjuntura dá mais orgulho cívico e senso democrático ficar sem representante do que ser tão pessimamente representado.

Mas não é assim.

Ele renunciou ao cargo de líder do partido no Senado. Não ao salário de 20 milhas, nem às verbas compensatórias e complementares, nem ao resto todo. Porque uma coisa é ter escrúpulos e vergonha na cara, outra é ter escrúpulos e vergonha na cara e ainda por cima ter de trabalhar que nem os otários aqui.

O bigode problemático, ao fim e ao cabo, não é só o do Sarney.

E o que é que se pode fazer? Que tal você se vingar nas urnas? Nas eleições do ano que vem, eu vou fazer exatamente isso: entrego o título, assino naquele caderninho e, logo depois, cubro o mesário de porrada.


UPDATE: Não só não renunciou ao Senado, sequer renunciou ao cargo de líder do partido.

UPDATE II: Suplicy, o Didi Mocó politizado, que derreteu o cérebro com ácido nos anos 60, mostrou um cartão vermelho gigante para o Sarney. Deu quase tanta vergonha em mim quanto a bandalheira do Sarney.

Um comentário:

Carol disse...

Que sacanagem. Fui mesária por muitos anos e o legal era ganhar bombom dos velhinhos. Fiz um post falando disso nas últimas eleições pra prefeito.

http://saladadeescarola.wordpress.com/2008/10/26/46/