segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O ladrão.

Eu estou chegando no prédio à pé, depois de descer do ônibus. Caminho rápido, porque são 4 da manhã e eu reparei num cara suspeito que está lá do outro lado da avenida. Não é que o cara começa a atravessar, meio correndo, na minha direção? Pânico, mas eu disfarço. Vai ver ladrão é igual cachorro (e barata): percebe quando você está com medo. E ele vem mesmo, me olhando fixamente, pula a cerquinha que está ali justo para impedir que os pedestres atravessem. Eu já desisto, vou encostando no muro e me preparo para o pior. Mais de perto eu vejo que o cara é grande, parece meio esmolambado, talvez um morador de rua. E não tem um dos braços. Hein? Pois é, só tem um braço. Penso que, bom, sem braço... "QUE QUE É, PORRA?". Ele levanta a mão, a única mão suplicante: "Calma, amigo, eu não vou te fazer nada... tô desesperado... tô desesperado..."

Coceira nas costas. Mas já pensou que merda se ele pedisse uma punhetinha?

Nenhum comentário: