quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vazamento.

Seis meses morando no apartamento novo, que foi inteiramente reformado, e começa o vazamento no banheiro.

O Valdir que fez a obra volta à ribalta. Determina que aqui, ó, e só aqui, pode estar o problema. Quatro horas mais tarde, com o piso inteiramente destruído, ele vaticina:

- Rapaz, só pode ser na outra parede, só.

Ao destruir o contra-piso (que é o cimento abaixo das lajotas de cerâmica que já não existem), descobri que onde normalmente existe uma laje de concreto, há um sanduíche de duas placas de cimento recheado com 30 centímetros de terra. Terra mesmo, de jardim, coisa de prédio antigo. Bom, porque é menas quebradeira, ele me diz.

Olho para a marreta. Olho para o vão livre entre as placas de cimento e para a terra retirada, que se esparrama pelo corredor. Vejo minha mão acertar o Valdir com a marreta e ocultar seu corpo no vão, coberto de terra, de cimento e de vingança.

Seria o crime perfeito. Mas a porra do vazamento continuaria.

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