Quando um homem que tem filho começa um novo relacionamento, a nova mulher tem que aceitar condições.
Tem que entender que o homem vai dedicar todo tempo possível do fim de semana ao filho. Tem que abrir mão de algumas coisas por causa de um amor que ela não compartilha, e se há uma coisa que mulher gosta de sentir nessas horas é ciúme.
O homem acorda cedo no fim de semana, pega estrada, engarrafamento, para ver o menino por algumas horas. Com ele, o homem perde a noção do tempo. E perde dinheiro, torra dinheiro com brinquedos e viagens e todo tipo de exageros. No fim de um dia de dedicação, o homem está lá com uma cara de besta, sorridente e exausto.
Como não encontrou o garoto no fim de semana passado, o homem ficou deprimido. É como se lhe tivessem tirado um pedaço, e a semana teve cinquenta intermináveis dias, porque o homem ficou contando os minutos até o próximo longínquo sábado, quando encontraria o menino.
A mulher faz força para não se irritar. Ela luta para não chamar o homem de egoísta, e disfarça a careta toda vez que olha para o lado e vê os ombros caídos do homem, que responde tudo com um fiapo de voz. É um paradoxo: naquele fim de semana sem o filho, que seria só dela, o homem estava um trapo. E nesse de agora, quando terá o filho, o homem estará imensamente feliz, mas não será inteirinho dela, ao menos por algumas horas.
Esse vai ser o meu discurso de hoje à noite. Porque o meu filho é o surf, e o fim de semana promete.
Olhando pelo lado bom: ele ao menos não é filho de nenhuma ex.
Um comentário:
Por isso é melhor ser a namoradinha do papai... como no Édipo, Freud explica, rs.
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