quinta-feira, 21 de maio de 2009

Porque o Fluminense não ganharia ontem.



Rebaixado para a segundona em 1996, foi salvo por uma manobra política da CBF e manteve-se na elite. Caiu outra vez em 1997 e, sem ajuda de ninguém, foi rebaixado mais uma vez, agora para a terceirona. Em 1999 outra virada de mesa, e o tricolor das laranjeiras voltou direto para a primeira divisão. A partir daí, do que é feita a história do "nense"? Uma Copa do Brasil, uma taça Rio, que cá entre nós é um título inexpressivo por representar apenas um turno de um campeonato fraco (há décadas os 4 grandes do RJ não têm brilhado simultaneamente, diferentemente do que acontece em São Paulo: nos últimos 5 anos, os 4 grandes se alternaram como campeões). E um monte, mas um monte enorme de vice-campeonatos.

Ok, você pode argumentar, ser vice só é visto como desgraça para o exigente torcedor brasileiro. Mostra uma certa consistência estar sempre chegando às finais. Mas aí, nessa incapacidade de vencer, está a raiz do problema laranjeiro: existe um código de honra futebolístico que o Fluminense desrespeita sempre.

Durante todo o jogo de ontem alguém na torcida iluminava com uma lanterna de raio laser o rosto do goleiro do Corinthians, do técnico, do juiz, para tentar atrapalhar o jogo. Em meus 65 anos acompanhando futebol, só coisa tão ridícula feita por torcedores do outro tricolor, o bambi, tão execrável quanto isso. Como na época o Fluminense exigiu punições ao São Paulo, resta esperar ver se o time de coração da CBF será punido.

Outro exemplo: o time perdendo por 2X0, ouve-se uma comemoração intensa. Não chegava a ser como a de um pênalti marcado, mas cheguei a pensar em cartão vermelho para um corintiano, em lance fora do jogo, tamanha a gritaria. Não, era felicidade por um gol do Inter em cima do Flamengo.

Imagine o seu time perdendo em casa por 2X0, precisando buscar 4 gols. Sai gol num jogo a 800 km de distância, contra o seu arqui-rival. Você comemora como se fosse alguma vantagem? Pois é: os fluminenses comemoram.

De tanto comemorar as derrotas dos outros, de tanto colocar laser na cara dos adversários, de tanto usar e abusar dos conchavos políticos para não cumprir regulamentos, eu acredito que o Fluminense seja o merecedor da ira dos deuses do futebol. Vai ser eterno vice. Por mais que alguns poucos torcedores sinceros chorem e se envergonhem, a bola não perdoa falta de caráter.

Um comentário:

Felipe Mortara disse...

O Flu não mereceu mesmo. Mas as incansáveis tentativas valeram bem. Nao foram a lugar nenhum, mas foi um jogo vibrante ateh certa altura. E ainda viram chicao fazer aquela pinturinha. O time de Buarque e Rodrigues nao tem um 5o do glamour de outrora. Bom pra quem acaba com eles. Melhor ainda num Maraca lotado.