segunda-feira, 21 de julho de 2008

O espinho.

Não consigo escrever nada, não consigo concatenar mais do que 5 linhas desde que o espinho apareceu na minha pata. Tento me concentrar, mas a minha cabeça caminha em 12 direções diferentes. E eu me sinto escrevendo uma redação de vestibular, confundindo temas. Relacione a fome na África, a Tomatina na Espanha e o Bolo do Bixiga, sei lá, por aí vai. Penso no espinho, que saiu mas às vezes parece que continua lá, como um pressentimento. Não dói quase nada, eu já caminho normalmente e quem me vê não imagina que eu possa ter sofrido e continue sofrendo por causa de um negocinho de um centímetro que mal se via.
É que eu não consigo entender como o espinho surgiu, para começo de conversa. Eu não senti nada. Não andei em locais espinhosos. Nunca fumei (búfalos que fumam têm maior incidência de espinhos nas patas). E ninguém pode me garantir que eu não vá pisar novamente em outro espinho e que esse se aloje na minha pata e tudo comece outra vez. Escrever com isso na cabeça é torturante, porque é o único assunto no qual eu consigo colocar foco. Bom, vou continuar tentando, apesar dos 34 rascunhos já salvos que não deram em nada. É como eu espero que termine o espinho, dando em nada.

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