Abro a Globo.com em busca da verdade que nos escapa, e recebo em troca uma bofetada.
Foi no Rio Grande do Sul, aquele país que separa o Brasil e a Argentina. O poste caiu no pasto, fios ficaram expostos, e os búfalos morreram.
A reportagem diz que o fazendeiro será indenizado, mas e as famílias dos búfalos? E a humanidade, que pode ter perdido ali um possível jogador de Seleção, um novo Guga Kuerten ou Ayrton Senna, talvez o futuro primeiro ganhador brasileiro do Nobel de Literatura.
Nada, nenhuma menção. Só a chocante foto de aproximadamente 30 búfalos calcinados por eletricidade. Nem se deram ao trabalho de contar com exatidão, se foram 28 ou 31 vítimas.
Me fez refletir sobre a efemeridade da internet, na sua contradição entre poder de alcance X irrelevância, que faz com que notícias irrelevantes para a maioria chegue à essa maioria. E mais, me fez pensar que daqui a poucos minutos a notícia, e os búfalos terão sido abandonados e esquecidos. Como eu fiz com o meu pobre blog por tantos meses. Quem sabe um dos mortos seria o fiel destinatário do meu legado, e tocaria adiante este malfadado projeto?
Sou um búfalo supersticioso. Em memória dos que já não estão aqui para contar, sigo.
Rip, búfalos.
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