quinta-feira, 17 de setembro de 2009



The Beatles, remastered.

Quem sou eu para escrever algo sobre os Beatles? Uma banda que gravou todo o seu trabalho em menos de 7 anos e até hoje é referência não precisa de análise.

Exceto pelo lado mercadológico. O jeito que os executivos da EMI/Sony/Apple têm apara continuar tirando ovos de ouro da galinha é relançar coisas sutilmente diferentes, alimentando o que os os fãs da banda tem de mais nerd e obsessivo por detalhes.

Por exemplo: nesta coleção o CD de Yellow Submarine sai como no disco original, e não como trilha sonora do filme, única versão existente em CD até então. Ou Magical Mystery Tour sai com a mesma ordem de músicas que foi lançada nos EUA, em vez da versão britânica em EP existente até então. O que muda na prática? Nada. Viu como é coisa para nerd?

Como já comprei 5 versões ligeiramente diferentes do Álbum Branco, dessa vez fui atrás de informações se algo é realmente novo nos remasters. Descobri que quase nada é.

Os 5 primeiros discos, Please Please Me, With The Beatles, A Hard Day's Night, Beatles For Sale e Help! só existiam em Mono. Saem enfim em estéreo, depois de um trabalho minucioso dos engenheiros de Abbey Road (marketing), utilizando tecnologia de última geração combinada com os equipamentos originais de mixagem (marketing) para chegar no resultado digital mais fiel ao original analógico que se tem notícia (marketing, porque segundo um tal Martin Taylor do The Independent, "the mono albuns in stereo are rubbish").

Aliás, se você não tem e pretende ter esses 5 primeiros discos em CD, compre em Mono, que é como eles foram concebidos. De Rubber Soul até Sgt. Pepper's, utilizaram a versão em estéreo realizada em 1987 por George Martin, produtor de todos os discos exceto Abbey Road (que junto a Yellow Submarine e Let It Be, só existe em estéreo). 1987 foi quando saíram aqueles Past Masters que incluíam versões diferentes e, no caso deste último álbum, muito melhores, removidos os exageros de efeitos sonoros e maluquices.

Quer dizer o quê, ó Búfalo? Que ninguém precisa destas remasterizações.

Mas e os minidocumentários ao fim de cada disco, com imagens raras e trechos inéditos de entrevistas feitas durante as gravações?

Marketing. Se você está aguentando ler até aqui, é porque conhece do assunto. Então sabe que não existe mais nada inédito ou raro sobre os caras. Questão matemática: a obra dos Beatles foi feita em 7 anos e vem sendo escarafunchada há 39 anos. Não sobrou nada novo.

E ainda assim, 3 dos 10 discos mais vendidos nos EUA nesta semana são deles. Os executivos de marketing sabem o que estão fazendo. Mas acho que podiam ter guardado o lançamento do Rockband para o ano que vem.

The Beatles Rockband Commercial. Very strange.

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